7 Erros Fatais do Relativismo Moral
“A
consciência/percepção de moralidade leva a Deus tanto quanto a
consciência/percepção de queda de maçãs leva à gravidade.” (Roger Morris)
O
Relativismo moral é um tipo de subjetivismo que sustenta que as verdades morais
são preferências muito parecidas com os nossos gostos em relação a sorvete, por
exemplo. O relativismo moral ensina que quando se trata de moral, do que é
eticamente certo ou errado, as pessoas podem e devem fazer o que quer que
sintam ser o certo para elas. Verdades éticas dependem de indivíduos, grupos e
culturas que as sustentam. Porque acreditam que a verdade ética é subjetiva, as
palavras como devem ou deveriam não fazem sentido porque a moral de todo mundo
é igual; ninguém tem a pretensão de uma moral objetiva que seja pertinente aos
outros. O relativismo não exige um determinado padrão de comportamento para
todas as pessoas em situações morais semelhantes. Quando confrontadas com
exatamente a mesma situação ética, uma pessoa pode escolher uma resposta,
enquanto outra pode escolher o oposto. Não há regras universais de conduta que
se apliquem a todos.
O
relativismo moral, num sentido prático, é completamente inviável. Que tipo de
mundo seria o nosso se o relativismo fosse verdade? Seria um mundo em que nada
estaria errado – nada seria considerado mau ou bom, nada digno de louvor ou de
acusação. A justiça e a equidade seriam conceitos sem sentido, não haveria
responsabilização, não haveria possibilidade de melhoria moral, nem discurso
moral. Um mundo em que não haveria tolerância. Este é o tipo de mundo que o
relativismo moral produz.
Vejamos os sete erros fatais do Relativismo:
1.
Relativistas morais não podem acusar de má conduta a outras pessoas. O
relativismo torna impossível criticar o comportamento dos outros, porque, em
última análise, nega a existência de algo como “má conduta”. Se alguém acredita
que a moralidade é uma questão de definição pessoal, então abre mão da
possibilidade de fazer juízos morais objetivos sobre as ações dos outros, não
importa quão ofensivas elas sejam para o seu senso intuitivo de certo ou errado.
Isto significa que um relativista não pode racionalmente se opor ao
assassinato, ao estupro, ao abuso infantil, ao racismo, ao sexismo ou à
destruição ambiental, se essas ações forem consistentes com o entendimento
pessoal sobre o que é certo e bom por parte de quem as pratica. Quando o certo
e o errado são uma questão de escolha pessoal, nós abdicamos do privilégio de
fazer julgamentos morais sobre as ações dos outros. No entanto, se estamos
certos de que algumas coisas devem ser erradas e que alguns julgamentos contra
a conduta de outros são justificados – então o relativismo é falso.
2.
Relativistas não podem reclamar do problema do mal. A realidade do mal no mundo
é uma das primeiras objeções levantadas contra a existência de Deus. Toda esta
objeção se fundamenta na observação de que existe mal verdadeiro. Mas mal
objetivo não pode existir se os valores morais são relativos ao observador. O
relativismo é inconsistente com o conceito de que o mal moral verdadeiro
existe, porque nega que qualquer coisa possa ser objetivamente errada. Se não
existe um padrão moral, então não pode haver desvio do padrão. Assim, os
relativistas devem abandonar o conceito de verdadeiro mal e, ironicamente,
também abandonar o problema do mal como um argumento contra a existência de
Deus.
3.
Relativistas não podem condenar alguém ou aceitar elogios. O relativismo torna
os conceitos de louvor e condenação sem sentido, porque nenhum padrão externo
de medição define o que deve ser aplaudido ou condenado. Sem absolutos, nada é,
em última análise, ruim, deplorável, trágico ou digno de condenação. Nem é
qualquer coisa, em última análise, boa, honrada, nobre ou digna de louvor.
Relativistas são quase sempre inconsistentes nesse ponto, porque eles procuram
evitar condenação, mas prontamente aceitam elogios. Se a moralidade é uma
ficção, então os relativistas também devem remover as palavras aprovação e condenação
de seus vocabulários. Mas se as noções de elogio e crítica são válidas, então o
relativismo é falso.
4.
Relativistas não podem fazer acusações de parcialidade ou injustiça. De acordo
com o relativismo, as noções de equidade e justiça são incoerentes, já que
ambos os conceitos ditam que as pessoas devem receber igualdade de tratamento
com base em alguma norma externa acordada. No entanto o relativismo acaba com
qualquer noção de normas vinculativas externas. Justiça implica punir aqueles
que são culpados de um delito. Mas, sob o relativismo, a culpa e a condenação
não existem – se nada for finalmente imoral, não há acusação e, portanto, nenhuma
culpa digna de punição. Se o relativismo é verdadeiro, então não há tal coisa
como justiça ou equidade, porque ambos os conceitos dependem de um padrão
objetivo do que é certo. Se, porém, as noções de justiça e equidade fazem
sentido, então o relativismo é refutado.
5.
Relativistas não podem melhorar a sua moralidade. Relativistas podem mudar a
sua ética pessoal, mas eles nunca podem se tornar pessoas melhores. De acordo
com o relativismo, a ética de uma pessoa nunca pode se tornar mais ‘moral’. A ética
e a moral podem mudar, mas nunca podem melhorar, já que não existe um padrão
objetivo pelo qual medir esse melhoramento. Se, no entanto, o melhoramento
moral parece ser um conceito que faz sentido, então o relativismo é falso.
6.
Relativistas não conseguem manter discussões morais significativas. O que há
para falar? Se a moral é totalmente relativa e todas as opiniões são iguais,
então não há uma maneira de pensar melhor do que outra. Não há uma posição moral
que possa ser considerada como adequada ou deficiente, razoável, aceitável, ou
até mesmo bárbara. Se disputas éticas só fazem sentido quando a moral é
objetiva, então o relativismo só pode ser vivido de forma consistente se seus
defensores ficarem em silêncio. Por esta razão, é raro encontrar um relativista
racional e consistente, já que a maioria deles são rápidos para impor suas
próprias regras morais, como, por exemplo, “é errado forçar sua própria
moralidade nos outros”. Isso coloca os relativistas em uma posição
insustentável: se falam sobre questões morais, eles abandonam seu relativismo;
se não falam, eles abrem mão de sua humanidade. Se a noção de discurso moral
faz sentido intuitivamente, então o relativismo moral é falso.
7.
Relativistas não podem promover a obrigação de tolerância. A obrigação moral
relativista de ser tolerante é auto-refutante. Ironicamente, o princípio da
tolerância é considerado uma das virtudes principais do relativismo. A moral é
individual, assim eles dizem, e, portanto, devemos tolerar os pontos de vista dos
outros e não julgar seu comportamento e atitudes. No entanto, se não existem
regras morais objetivas, não pode haver nenhuma regra que exija a tolerância
como um princípio moral que se aplica igualmente a todos. De fato, se não há
absolutos morais, por que ser tolerante afinal? Relativistas violam seu próprio
princípio de tolerância quando não conseguem tolerar as opiniões daqueles que
acreditam em padrões objetivos morais. Eles são, portanto, tão intolerantes
quanto frequentemente acusam os que defendem a moral objetiva de ser. O
princípio de tolerância é estranho ao relativismo. Se, por outro lado, a
tolerância parece ser uma virtude, então o relativismo é falso.
O
relativismo moral é falido. Não é um verdadeiro sistema moral. É
auto-refutante. E hipócrita. É logicamente inconsistente e irracional. É
seriamente abalado com simples exemplos práticos. Torna ininteligível a
moralidade. Nem mesmo é tolerante! O princípio de tolerância só faz sentido em
um mundo no qual existem absolutos morais, e somente se um desses padrões
absolutos de conduta for “Todas as pessoas devem respeitar os direitos dos
outros que diferem em conduta ou opinião”. A ética da tolerância pode ser
racional somente se a verdade moral for objetiva e absoluta, não subjetiva e
relativa. A tolerância é um princípio “em casa” no absolutismo moral, mas é
irracional de qualquer perspectiva do relativismo ético.
Fonte: A fé explicada - adaptado
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