quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Cardeal Burke pede que fiéis escrevam ao Papa falando sobre a Comunhão aos divorciados



 
O cardeal Raymond Burke participou em 15 de novembro em um congresso sobre o matrimônio e a família em Limerick (Irlanda), organizado por Catholic Voice, um semanário católico criado em 2009. Em sua intervenção diante os trezentos participantes, o cardeal pediu que o Sínodo se dedicasse a promover o ensinamento da Igreja sobre o matrimônio e rechaçou que se permitissem receber a Comunhão os divorciados em nova união cujo matrimônio não havia sido declarado nulo. 


(Infocatólica) O Cardeal assegurou que "se o matrimônio é indissolúvel e alguém está vivendo em um estado que contradiz a indissolubilidade do matrimônio, não entendo como pode permitir-se que receba a sagrada Comunhão". Nesse sentido, pediu aos fiéis católicos que escrevessem ao Papa Francisco e aos representantes da hierarquia irlandesa no Sínodo para expressar sua opinião.

A este respeito, o Cardeal afirmou que os temas da Comunhão para os divorciados em nova união, a convivência extramatrimonial e o matrimônio do mesmo sexo devia retira-se dos temas tratados pelo Sínodo. "Inclusive dentro da Igreja há alguns que queriam obscurecer a verdade da indissolubilidade do matrimônio em nome da misericórdia."

A Relatio provisória não citava consistentemente o Magistério.

Também recordou que a Relatio provisória deixou "atrativamente clara a gravidade da situação", e que "carecia praticamente de qualquer referência consistente do Magistério" e constituía um "novo enfoque dos temas fundamentais da sexualidade humana na Igreja, um enfoque que constitui uma ruptura completa da Tradição da Igreja".

Na relação com as pressões do lobby gay, assinalou que a "sociedade chegou ainda mais longe em seu afronte a Deus e sua lei ao aplicar o nome de matrimônio às uniões entre pessoas do mesmo sexo". Também indicou que ele não daria a Comunhão a um político católico que tivesse votado a favor do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo.

Nesse sentido, explicou que ele não chama matrimônio tradicional a uma união entre um homem e uma mulher. "Minha resposta é: acaso há outro tipo de matrimônio? Temo que usar essa terminologia dá impressão que cremos que há outros tipos de matrimônios. Não é assim."

Também criticou a ideologia de gênero e a mentalidade anticonceptiva. A seu juízo, essa mentalidade é a causadora da "devastação" produzida pela "indústria multimilionária da pornografia". Do mesmo modo, advertiu a "profunda infelicidade" e a "falta de esperança" que estas coisas provocam e do perigo que supõe a introdução desse "pensamento corrupto" nos colégios. "Estamos imersos em uma grande luta, que golpeia o próprio coração da Igreja", assinalou.



Fonte: Infocatolica.com. Tradução com modificações.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A apostasia do Concílio de Trento

A apostasia do Concílio de Trento

O escandaloso título é apenas uma sátira para demonstrar o absurdo que alguns tradicionalistas facebokianos trazem na boca ao afirmarem a apostasia de um Concílio legítimo. Afirmam sem papas na língua que o Concílio Vaticano II apostatou a fé católica por convidar protestantes para as sessões do mesmo. Ledo engano!




Faltou-lhes a dedicação de ir ler o que a Igreja fez nos concílios precedentes. Não pretendo discutir a legitimidade desses convites, mas apenas demonstrar que se o Vaticano II é apóstata também o é Trento!
Deixemos de enrolação. Confira abaixo o que nos diz o Concílio Tridentino.



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SESSÃO XIII
CAPÍTULO VIII
Decreto da prorrogação da definição de quatro artigos do Sacramento da Eucaristia e do Salvo-conduto que se há de dar aos protestantes.

“Desejando o mesmo Concilio arrancar do campo do Senhor todos os erros que têm brotado acerca deste Santíssimo Sacramento da Eucaristia, e cuidar da salvação de todos os fiéis, havendo exposto na presença de Deus Onipotente todos os dias suas piedosas súplicas; entre outros artigos pertinentes a este Sacramento, tratados com a mais fiel investigação da verdade católica, depois de muitas e diligentíssimas controvérsias, segundo a gravidade da matéria, e ouvidos as sentenças dos teólogos mais insignes, tratou o seguinte. Primeiro: Si é necessário para obter a salvação, e está mandado por direito divino que todos os fiéis cristãos recebam o mesmo venerável Sacramento, debaixo de ambas as espécies. Segundo: Se recebe menos o que comunga debaixo de uma única espécie, que o que comunga com as duas. Terceiro: se a Santa Mãe Igreja errou dando a comunhão debaixo somente da espécie de pão aos leigos e aos sacerdotes que não celebram. Quarto: se deve-se dar também a comunhão aos meninos. E quanto aos que se chamam protestantes, que vivem na nobríssima província da Alemanha, desejam que os ouça o Santo Concilio sobre estes mesmos artigos, antes que se defina, e por isso, pediram um salvo-conduto para poderem vir e morar nesta cidade com segurança,  livremente dizer e propor na presença do Concílio o que sentem, e depois, retirar-se quando quiserem; o mesmo Santo Concilio, posto que esperasse por muitos meses anteriores com grande desejo sua chegada; no entanto, como Mãe piedosa, que geme e pare, desejando e trabalhando para que não haja cismas algum entre aqueles que tem o nome de cristãos , assim como todos conhecem o mesmo Deus e Redentor, mas assim também digam o mesmo, creiam o mesmo, e façam o mesmo, confiando na misericórdia de Deus, esperando que eles sejam reduzidos a santíssima e saudável concórdia de uma fé, esperança e caridade, condescende com eles nesta matéria, lhes deu e concedeu, na parte em que compete, a segurança e fé pública que pediram, ao que se chama salvo-conduto, do teor abaixo referido, e, por causa deles demorou-se a definição daqueles artigos para a segunda Sessão, a qual publicou para o dia da Festa da Conversão de S. Paulo, que seria 25 de janeiro do ano seguinte, a fim de que eles possam tranquilamente estar presentes. Além disso, estabeleceu-se que se trate na mesma sessão do Sacrifício da Missa, pela relação que existe entre ambas as matérias. Entretanto, na próxima sessão se tratará dos Sacramentos da Penitência e Extrema-Unção. Determinou-se, pois que ela se celebre no dia festivo de Santa Catarina, virgem e mártir, que será a 25 de novembro, e que em ambas as sessões se continue a matéria da Reforma.”

Salvo-conduto concedido aos Protestantes

“O Sacrossanto Geral Concílio Tridentino, legitimamente congregado com a assistência do Espírito Santo, presidindo nele os mesmos Legados e Núncios da Sé Apostólica, concede fé pública e inteira segurança a que chamam de Salvo-conduto, com todas e cada uma das cláusulas e decretos necessários e oportunos, ainda que seja necessário exprimir de forma particular e não por termos gerais, a todas e cada uma das pessoas, sejam eclesiásticas ou seculares, da Alemanha e toda qualquer região, estado, condição e qualidade que sejam, que quiserem chegar a esse Ecumênico e Geral Concílio, para que possam, com toda a liberdade, conferir, propor e tratar sobre as matérias que no mesmo Concílio se deve tratar; e ao mesmo Concílio Ecumênico vir livre e seguramente, ficar, demorar-se nele e apresentar seja por escrito ou verbalmente os artigos que quiserem e debaterem com os Padres ou com aqueles que o mesmo Santo Concílio escolher, sem injúrias nem ultrajes, e irem embora quando quiserem. Além disso, pareceu ao Santo Concílio, que para sua liberdade e segurança se deleguem Juízes privados, tanto para os delitos cometidos, como para os que possam ocorrer, ainda que os delitos sejam os mais enormes e cheirem a heresia, nomeiem pessoas que sejam benevolentes.”
(Sacrosancti Ecumenici et Generalis Concilii Tridentini, Paulo III, Iulio III et Pio IV, Canones et decreta, 1868, Des Hochheiligen okumenischen und allgemeinen, pag. 65-66)

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Àqueles que estiverem duvidando da tradução, deixo-lhes o original em latim a fim de não me julgarem por desonesto. Se acaso há erro na tradução, favor contatar-me.



“Eadem Sancta Synodus errores omnes, qui super hoc Sanctissimo Sacramento repullularunt, tamquam vepres ex agro Dominico evellere, ac omnium fidelium saluti prospicere cupiens, quotidianis precibus, Deo omnipotenti pie oblatis, inter alios, ad hoc sacramentum pertinentes articulos, diligentissima veritatis catholicae inquisitione tractatos, plurimis, accuratissimisque pro rerum gravitate disputationibus habitis, cognitis quoque praestantissimorum theologorum sententiis, hos etiam tractabat. An necessarium sit ad salutem, et divino iure praeceptum, ut singuli Christi fideles sub utraque specie epsum venerabile sacramentum accipiant. Et: Num minus sumat, qui sub altera, quam qui sub utraque communica. Et: An erraverit Sancta Mater Ecclesia, laicos, et non celebrantes sacerdotes, sub panis specie dumtaxat communicando. Et: An parvuli etiam communicandi sint. Sed quoniam ex nobilissima Germaniae provincia ii, qui se protestantes nominant, super his ipsis articulis, antequam definiantur, audiri a Sancta Synodo cupiunt, et eam ob causam fidem publicam ab illa postularunt, ut ipsis tuto huc venire, et in hac urbe commorari, ac libere coram synodo dicere, atque proponere, quae senserint, et postea, cum libuerit, recedere liccat; Sancta ipsa Synodus, licet magno desiderio eorum adventum multos antea menses expectarit, tamen, ut pia Mater, quae ingemiscit, et parturit, summopere id desiderans, ac laborans, ut in iis qui christiano nomine censentur nulla sint schismata, sed quemdmodum eumdem omnes Deum et Redemptorem agnoscunt, ita idem dicant, idem credant, idem sapiant, confidens Dei misericordia, et sperans fore, ut illi in sanctissimam, et salutarem unius fidei, spei, charitatisque concordiam refigantur, liventer eis in hac re morem gerens, securitatem, et fidem, ut petierunt, publicam, quam salvum conductum vocant, quo ad se pertinet, eius, qui infrascriptus erit, tenoris, delit, arque concessit: et eorum causa definitionem illorum articulorum ad secundam sessionem distulit, quam, ut illi commode ei interesse possint, in diem festum conversionis divi Pauli, qui erit XXV die mensis ianuarii anni sequentis, indixit. Illudque praeterea satuit, ut in eadem sessione de Sacrificio Missae agatur, propter magnam utriusque rei connexionem. Interea sessione proxima de poenintentiae, et extremae unctionis sacramentis tractandum. Illam autem die festo divae Catharinae virginis, et martyris, qui erit XXV novembris, habendam esse decrevit, simulque, ut in atraque materiam reformationis prosequatur.”
“Sacrosancta et Generalis Tridentina Synodus, in Spiritu Sancto legitime congregata, praesidentibus in ea eisdem Sancta Sedis Apostolicae legato, et nunciis omnibus, et singulis, sive ecclesiasticis, sive saecularibus personis universae Germaniae, cuiuscumque gradus, status, conditionis, et qualitatis sint, quae ad oecumenicum hoc, et Generale Concilium accedere voluerint, ut de iis rebus, quae in ipsa synodo tractari debent, omni libertate conferre, proponere, et tractare ac ad ipsum Oecumenicum Concilium libere et tuto venire, et in eo manere, et comorari, ac articulos, quot illis videbitur, tam scripto, quam verbo offerre, proponere, et cum patribus, sive iis, qui ab ipsa Sancta Synodo delecti fuerint, conferre, et absque ullis conviciis, et contumeliis disputare, nec non, quando illis placuerit, recedere possint, et valeant, publicam fidem, et plenam securitatem, quam salvum conductum appellant, cum omnibus, et singulis clausulis, et decretis necessariis, et opportunis, etiam si specialiter, et non per verba generalia exprimi deberent, quae pro expressis haberi voluit, quantum ad ipsam Sanctam Synodum spectat, concedit. Placuit praeterea Sanctae Synodo, ut, si pro maiori libertate, ac securitate eorum, certos, tam pro commissis, quam pro committendis per eos delictis, iudices eis deputari cupiant, illos sibi benevolos nominent, etiam si delicta ipsa quantumcunque enormia ad haeresim sapientia fuerint.”

(Sacrosancti Ecumenici et Generalis Concilii Tridentini, Paulo III, Iulio III et Pio IV, Canones et decreta, 1868, Des Hochheiligen okumenischen und allgemeinen, pag. 65-66)


Até a próxima. Paz e bem!



terça-feira, 14 de outubro de 2014

Papa Francisco condena a união gay

Papa Francisco condena a união gay

“Qui autem scandalizaverit unum de pusillis istis, qui in me credunt, expedit ei, ut suspendatur mola asinaria in collo eius et demergatur in profundum maris.” (Matthaeum 28, 6)

Ai daquele que escandalizar aqueles que creem em Jesus, na Santa Igreja Católica, seria melhor que atassem uma pedra de moinho no pescoço e se lançassem ao mar! Estamos todos acompanhando o que o Mass Media vem vinculando a respeito do Sínodo dos bispos sobre a Família.



Segundo os meios seculares, a tendência do Sínodo é o de alterar a doutrina católica, intocável até hoje, sobre o casamento com fins de união e procriação, conforme a Sagrada Escritura estabelece tanto no Antigo como no Novo Testamento. Estão, no entanto, colocando asas em bois, atribuindo afirmações de prelados particulares ao Santo Padre. Após ler o artigo perceber-se-á que a mídia amarrou o seu cavalo em toco de amarrar jegue.
A mentira tem perna curta! Existe uma ciência pouco usada pela mídia que esclarece muitas das “fofoquices” ideológicas da mídia, talvez não querem fazer uso dela propositalmente, suponho, esta ciência é chamada de história! Sim, esta mesma! Quiçá, eles leiam a história, entretanto a única página deste inaudito livro somente possui uma página, tratando da inquisição, é evidente.

Mais: Baixe GRATUITAMENTE o livro que contém centenas de frases do Papa Francisco

Um breve estudo da história e discursos de Jorge Mario Bergoglio, atual Papa Francisco, refuta as balelas inventadas pela mídia. Postarei parte do conteúdo do precioso ebook que estou desenvolvendo sobre a fé do Bergoglio com mais de 100 temas diferentes! Aguarde o ebook completo que será postado neste blog gratuitamente. Parte do conteúdo é o que proponho aos leitores.

[ATUALIZAÇÃO: O livro já está disponível gratuitamente em nosso Blog. Poderá ser baixado no link acima]
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Para Bergoglio a família é a célula no qual a sociedade está apoiada, mas não somente isso, a distinção de funções dentro da família é importante para uma reta hierarquia.

Os papéis de paternidade, maternidade, filho ou filha, irmão ou irmã, são a base de qualquer sociedade, e sem eles toda a sociedade perderia consistência e se tornaria anárquica.” (Parish and Family, 18 de janeiro de 2007)

“Muitos nas sociedades modernas tendem a considerar e defender os direitos do indivíduo, o que é muito bom. Mas não por isso se deve esquecer a importância que tem para a sociedade – cristã ou não – os papeis básicos que se dão somente na família fundada no matrimônio. Papel de paternidade, maternidade, filiação e irmandade que estão na base de qualquer sociedade e sem os quais toda sociedade vai perdendo consistência e se tornando anárquica.” (Bergoglio, Mensagem dada em Roma, 18 de janeiro de 2007)



Não há muito o que explicar sobre a necessidade da base familiar, fundada na união natural, para a sobrevivência da humanidade, basta dois neurônios (estou exigindo demais dos esquerdistas, sim eu sei) para compreender este fato que é tão incontestável como o de que Papai Noel não existe.

“A família é o centro natural da vida humana.” (Parish and Family, 18 de janeiro de 2007).

“A família é importante, é necessária para a sobrevivência da humanidade. Se não existe a família, a sobrevivência cultural da humanidade corre perigo. É a base, nos apeteça ou não: a família.” (Papa Francisco, entrevista à Rádio da Arquidiocese do Rio de Janeiro, 27 de julho de 2013)


A razão natural do casamento não é argumento, mas um fato. Com fatos não há argumento. Não obstante, há ainda a fundamentação mais elevada do que a natural, isto é, a divina, nos diz o Papa Francisco.

“Desde o início, o Criador colocou a sua bênção sobre o homem e a mulher, para que fossem fecundos e se multiplicassem sobre a terra; e assim a família torna presente, no mundo, como que o reflexo de Deus, Uno e Trino.” (Papa Francisco, discurso no Consistório Extraordinário sobre a família, 1º de fevereiro de 2014)




A Sagrada Escritura nos relata que o demônio após tentar Nosso Senhor se retirou afim de voltar quando oportuno. Pois bem, o encardido não suporta que o homem e a mulher tenham sido criados à imagem e semelhança de Deus, por isso combate aquilo que os une, o casamento.
Vasculhando o episcopado de Bergoglio percebemos que ele foi militante (nossa que palavra pesada, rs) da vida, do casamento que está aberto à vida, aquele formado por homem e mulher. “A Igreja, que está do lado da vida, ensina que qualquer ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida.” (Catecismo da Igreja Católica, 2366). Quando do projeto de lei que tentava legalizar as uniões homossexuais foi proposto na terra de los Hermanos (chora Messi!) o Arcebispo de Buenos Aires foi peremptório, condenado o projeto sem titubear, e ainda sem sequer propor que isto seja única e exclusivamente um problema religioso, mas sobretudo natural, antropológico.

"Aqui também está a inveja do Demônio, através da qual entrou o pecado no mundo, que de modo arteiro pretende destruir a imagem de Deus: homem e mulher recebe o mandato de crescer, multiplicar-se e dominar a terra. Não sejamos ingênuos, [a união homossexual] não se trata de uma simples luta política. É uma pretensão destrutiva ao plano de Deus. Não se trata de um mero projeto legislativo, mas de uma ação do pai da mentira que pretende confundir e enganar aos filhos de Deus". (Cardeal Bergoglio, Carta aberta em repúdio à união homossexual enviada aos monastérios de Buenos Aires, julho de 2010)



Apoiando o manifesto dos leigos em repúdio ao projeto de lei, relata Bergoglio.

“A comissão Episcopal de Leigos da CEA, em seu carácter de cidadãos, teve a iniciativa de realizar uma manifestação diante da possibilidade de sanção da lei de matrimônios para pessoas do mesmo sexo, reafirmando – junto a necessidade de que os meninos tenham direito a ter pai e mãe para sua criação e educação. Por meio destas linhas desejo oferecer meu apoio a esta expressão de responsabilidade do laicato.” (Bergoglio, Carta ao Diretor do Departamento dos leigos, 5 de julho de 2010)

Para dar um tiro de misericórdia nesse zumbi (a mentira da mídia) que insiste em perambular pelas redes, Bergoglio diz que o casamento natural é anterior ao estado e até mesmo à Igreja, ou seja, nenhum dos dois poderes (civil e religioso) pode alterar o que é desde a criação do mundo.

“A essência do ser humano tende para a união do homem e da mulher como realização recíproca, atenção e cuidado, e como o caminho natural para a procriação. Isto confere ao matrimônio transcendência social e carácter público. O matrimônio precede ao Estado, é base da família, célula da sociedade, anterior a toda a legislação e a Igreja mesma. Daqui que a aprovação do projeto de lei questão significaria um real e grave retrocesso antropológico.” (Bergoglio, Carta ao Diretor do Departamento dos leigos, 5 de julho de 2010)



Depois de massacrar a loucura midiática, ele, sem perder tempo, aproveita para demonstrar a incoerência esquerdistas que querem respeito às diferenças, mas querem uma homogeneização das mesmas.
Está aí o que Bergoglio pensa, com uma sutileza “maestral”, digna de “ratzingeriano”, destroça dos argumentos dos adversários.

“O matrimônio (configurado por varão e mulher) não é o mesmo que a união de duas pessoas do mesmo sexo. Distinguir não é discriminar, mas respeitar; diferenciar para discernir é valorizar com propriedade, não discriminar. Em um tempo em que pomos ênfase na riqueza do pluralismo, diversidade cultural e social, resulta em uma contradição minimizar as diferenças humanas fundamentais. Os cristãos atuam como servidores da Verdade e não como seus donos.” (Bergoglio, Carta ao Diretor do Departamento dos leigos, 5 de julho de 2010)



Para fechar o pacote fale mentira e leve um massacre Bergoglio diz o que pensa sobre a adoção de crianças por casais homossexuais.

 “Toda pessoa precisa de um pai masculino e uma mãe feminina que ajudem a criar sua identidade.” (Cardeal Bergoglio, Sobre o Céu e a Terra, pag.99)

“Costuma-se argumentar que uma criança estaria melhor se criada por um casal de pessoas do mesmo sexo do que em um orfanato ou instituição. As duas situações não são ideias. O problema é que o Estado não faz o que tem que fazer. Mas a falta do Estado não justifica outra falta do Estado.” (Cardeal Bergoglio, Sobre o Céu e a Terra, pag.101)

Não falta competência aos jornalistas para ir atrás da verdade, o que falta é honestidade!

Regozija-te com a Verdade! 
Salve Santa Igreja! 
Cum Petrus et sub Petrus!

sábado, 4 de outubro de 2014

Paráfrase do Pai-Nosso por São Francisco de Assis

Da maneira como São Francisco rezava o Pai-Nosso

Para honrar a São Francisco de Assis, cuja festa é comemorada hoje (04/10), publicamos aqui sua Paráfrase da oração que o Senhor Jesus nos ensinou.


1 Santíssimo Pai nosso, nosso Criador, nosso Redentor, nosso Salvador e Consolador!
Que estais nos céus: Nos anjos e nos santos, iluminando-os, para que vos conheçam, porque vós, Senhor, sois luz; inflamando-os, para que vos amem, porque vós sois amor; habitando neles e enchendo-os, para que gozem a bem-aventurança, porque vós, Senhor, sois o sumo bem, o bem eterno, donde procede todo o bem, e sem o qual não há bem algum.
Santificado seja o vosso nome: Que o conhecimento de vós mais se clarifique em nós, para conhecermos qual a largueza dos vossos benefícios, a grandeza das vossas promessas, a alteza da vossa majestade, e a profundeza dos vossos juízos (Ef 3, 18).
Venha a nós o vosso Reino: De modo a reinardes em nós pela graça, e a nos levardes a entrar no vosso Reino, onde a visão de vós é clara, o amor por vós é perfeito, ditosa a vossa companhia e gozaremos de Vós para sempre.
Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu: Para vos amarmos de todo o coração (cf. Lc 10, 27), pensando sempre em vós; sempre a vós desejando com todo o nosso espírito; sempre a vós dirigindo todas as nossas intenções, e em tudo procurando a vossa honra; e com todas as veras empregando todas as nossas forças e potências do corpo e da alma ao serviço do vosso amor e de nada mais. E para amarmos o nosso próximo como a nós mesmos, atraindo todos, quanto possível, ao vosso amor, alegrando-nos dos bens dos outros como dos nossos, e compadecendo-nos dos seus males, e não fazendo a ninguém qualquer ofensa (cf. 2 Cor 6, 3).
O pão nosso de cada dia, o vosso dileto Filho nosso Senhor Jesus Cristo, nos dai hoje, para memória, e inteligência e reverência do amor que nos teve, e de quanto por nós disse, fez e suportou.
Perdoai-nos as nossas ofensas: Por vossa inefável misericórdia, por virtude da paixão do vosso amado filho Nosso Senhor Jesus Cristo, e pelos méritos e intercessão da bem-aventurada Virgem Maria e de todos os Santos.
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido: E o que não perdoamos plenamente, fazei, Senhor, que plenamente perdoemos, a fim de que, por vosso amor, amemos de verdade os inimigos, e por eles a vós devotamente intercedamos, a ninguém pagando mal com mal (cf. 1Ts 5, 15) e em vós procuremos ser úteis em tudo.
E não nos deixeis cair em tentação: oculta ou manifesta, súbita ou renitente.
10 Mas livrai-nos do mal: passado, presente e futuro.
Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo: assim como era no princípio e agora e sempre, por séculos dos séculos. Amen.


Fonte: Escritos de S. Francisco, pp. 36s. Editorial Franciscana – adaptado.



São Francisco de Assis, rogai por nós!

domingo, 3 de agosto de 2014

A segunda união não é o foco do Sínodo da Família

A segunda união não é o foco do Sínodo da Família




O instrumento de trabalho publicado pelo Vaticano em preparação ao Sínodo de outubro próximo sobre a Família nasce das respostas ao questionário estruturado em oito grupos de perguntas relativas ao matrimônio e à família. As respostas foram enviadas pelas Conferências Episcopais, pelos Sínodos das Igrejas Orientais Católicas sui iuris, Dicastérios da Cúria Romana e a União dos Superiores-Gerais. Chegaram diretamente à Secretaria Geral também respostas de um número significativo de dioceses, paróquias, movimentos, grupos, associações eclesiais e realidades familiares, assim como de instituições acadêmicas, especialistas, fiéis e outras pessoas interessadas em fazer conhecer a própria reflexão.


Em relação à crise dos matrimônios, as respostas apontam para a pouca atenção dos nubentes aos cursos pré-matrimoniais. Em alguns países, onde há uma grande secularização, constata-se uma crescente distância cultural dos casais em relação ao ensinamento da Igreja. Cursos pré-matrimoniais particularmente prolongados nem sempre são bem acolhidos; são sentidos mais como uma proposta obrigatória do que como uma possibilidade de crescimento, e muitas vezes os noivos se apresentam no último momento, quando a data já está marcada. A Igreja reunida no Sínodo deve analisar este e dezenas de outros tópicos. Que não se pense que na III Assembleia Extraordinária de outubro o tema dos separados e recasados será o principal. Quem adverte é o Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, Cardeal-arcebispo de Salvador, entrevistado pela RV.
Segue abaixo o que disse Dom Murilo Krieger:

Com essa ideia de se olhar para aqueles que estão em uma segunda união “matrimonial” se esqueceu daquele que é o objetivo do Sínodo mesmo, que é a família que passa por uma grande crise. Nos vemos que, além da Igreja, não encontramos outra instituição que esteja lutando para defender a família, ao contrário, ela [a família] é apresentada de forma meio negativa e agora se procura outras uniões, não aquela clássica bíblica com pai e mãe, homem, mulher e filhos.

Assim, temo que as expectativas ficaram um pouco fora do foco, que a primeira ideia do Sínodo deve ser realmente um olhar da Igreja para a família. De que maneira a Igreja pode ajudá-la a viver aquela que é a sua vocação, como dizia o Papa, o Santo Papa São João Paulo II, família, torna-te aquilo que és, aquilo que é próprio da essência da família.

E claro também penso que há essa expectativa de como resolver a situação de quem está em segundas núpcias. Não sei, mas não vejo muita saída fora de uma melhor preparação, penso que essa vai ser uma das conclusões, a melhor preparação de quem se casa. Casar é muito fácil e facilmente as pessoas se casam (...)

O caso de casamentos que não deram certo, talvez o que se poderia fazer seria facilitar os estudos sobre a validade ou não do casamento, e aí talvez nós iremos encontrar muitos casamentos que não se sustentam, em que toda a perspectiva que levaram as pessoas a se casarem já estava falha muitas vezes. Aquela ideia de buscar a si mesmo, na verdade querer ser feliz, não pensar no outro.

Talvez a Igreja vá pensar nisso, porque fora disso não vejo outra perspectiva de resolução, pois afinal [o matrimônio] não é uma instituição da Igreja para que ela possa ter um amplo campo de ação e dizer “vamos para a direita ou vamos para a esquerda”. Tem sempre que olhar para Jesus Cristo, para o Evangelho para ver o que o Evangelho nos diz da palavra de Jesus, o que Jesus espera da família.

Então nesse caso penso que a reflexão sobre a família é muito importante no mundo tão desagregador onde a família pouco se encontra, os filhos muitas vezes começaram a ver só seus direitos e pouco os seus deveres, os pais muitas vezes não tendo consciência da grave responsabilidade de colocar o filho no mundo, penso que tudo isso vai nos obrigar a rever e aprofundar a pastoral da família.



Fonte: News.Va - adaptado

quinta-feira, 31 de julho de 2014

As excelências do Santo Sacrifício da Missa


AS EXCELÊNCIA DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA


É uma verdade incontestável que todas as religiões, que existiram desde o começo do Mundo, tiveram sempre algum sacrifício como parte essencial do culto devido a DEUS.

Mas porque essas religiões eram vãs ou imperfeitas, seus sacrifícios, também, eram vãos ou imperfeitos. Totalmente vãos eram os sacrifícios do paganismo, e nem acode ao espírito falar sobre eles.



Quanto ao dos hebreus, eram imperfeitos. Se bem que professassem, então, a religião verdadeira, seus sacrifícios eram podres e defeituosos, infirma et egena elementa, como qualifica São Paulo.

Não podiam, assim, apagar os pecados nem conferir graça. Só o Sacrifício que temos em nossa santa religião, que é a Santa Missa, é um sacrifício santo, perfeito, e, em todo sentido, completo: por ele, cada fiel honra dignamente a DEUS, reconhecendo, ao mesmo tempo, o próprio nada e o supremo domínio de DEUS. Davi o chama: Sacrifício de Justiça, sacrificium justitiae; tanto porque contém o Justo dos justos e o Santo dos santos, ou, melhor a própria Justiça e Santidade, como porque santifica as almas pela infusão das graças e abundância dos dons que lhes confere.


PRIMEIRA EXCELÊNCIA
O SACRIFÍCIO DA SANTA MISSA É O MESMO QUE O SACRIFÍCIO DA CRUZ


A Santa Missa é um sacrifício tão santo, o mais augusto e excelente de todos, e a fim de formardes uma ideia adequada de tão grande tesouro, algumas de suas excelências divinas; pois dize-las todas não é empreendimento a que baste a fraqueza da minha inteligência.



A principal excelência do santo Sacrifício da Missa consiste em que se deve considerá-lo como essencialmente o mesmo oferecido no Calvário sobre a Cruz, com esta única diferença: que o sacrifício da Cruz foi sangrento e só se realizou uma vez e que nessa única oblação JESUS CRISTO satisfez plenamente por todos os pecados do Mundo; enquanto que o sacrifício do altar é um sacrifício incruento, que se pode renovar uma infinidade de vezes, e que foi instituído pra nos aplicar especialmente esta expiação universal que JESUS por nós cumpriu no Calvário, Assim o SACRIFÍCIO CRUENTO foi o MEIO de nossa REDENÇÃO, e O SACRIFÍCIO INCRUENTO nos proporciona as GRAÇAS da nossa REDENÇÃO.

Um abre-nos os tesouros dos méritos de CRISTO Nosso Senhor, o outro no-los dá para os utilizarmos. Notai, portanto que na Missa não se faz apenas uma representação, uma simples memória da Paixão e Morte do nosso Salvador; mas num sentido realíssimo, o mesmo que se realizou outrora no Calvário aqui se realiza novamente: tanto que se pode dizer, a rigor, que em cada Santa Missa nosso Redentor morre por nós misticamente, sem morre na realidade, estando ao mesmo tempo vivo e como imolado: Vidi agunum stantem tanquan accisum. (Apoc 5, 6)

No santo dia de Natal, a Igreja nos lembra o nascimento do Salvador, mas não é verdade que Ele nasça, ainda, nesse dia. Nos dias da Ascensão e Pentecostes, comemoramos a subida do Senhor JESUS ao Céu e a vinda do ESPÍRITO SANTO, sem que, de modo algum nesses dias o Senhor suba ainda ao Céu, ou o ESPÍRITO SANTO desça visivelmente à Terra.

A mesma coisa, porém, não se pode dizer do mistério da Santa Missa, pois aí não é uma simples representação que se faz, mas, sim, o mesmo sacrifício oferecido sobre a Cruz, com efusão de sangue, e que se renova de modo incruento: é o mesmo corpo, o mesmo sangue, o mesmo JESUS, que se imola hoje na Santa Missa. Opus trae Redemptionis exercetur, diz a Santa Igreja.

A obra de nossa Redenção aí se exerce: sim, exercetur, aí se exerce atualmente. Este santo sacrifício realiza, opera o que foi feito sobre a Cruz. Que obra sublime! Ora, dizei-me sinceramente se, quando ides à Igreja para assistir a Santa Missa, pensásseis bem que ides ao Calvário assistir à morte do Redentor, que diria alguém que vos visse ai chegar numa atitude tão pouco modesta? Se Maria Madalena fosse ao Calvário e se prostrasse aos pés da Cruz vestida, perfumada e ataviada como em seus tempos de desordem, quanto não seria censurada! E que se dirá de vós que ides à Santa Missa como se fôsseis a uma festa mundana?



Que aconteceria, sobretudo se profanásseis este ato tão santo, com gestos, risadas, cochichos, encontros sacrílegos? Digo que, em qualquer tempo e lugar, a iniquidade não tem cabimento; mas os pecados que se cometem na hora da Santa Missa e na proximidade do altar, são pecados que atraem a maldição, de DEUS: Maledictus qui facit opus Domini fraudulenter (Jer 48,10). Meditai seriamente sobre esse assunto.

Outras maravilhas, porém, vou desvendar-vos de tesouro tão precioso.

SEGUNDA EXCELÊNCIA
O SACRIFÍCIO DA SANTA MISSA TEM POR SACERDOTE O PRÓPRIO JESUS CRISTO

Depois de dizer que o Sacrifico da Missa é o mesmo Sacrifício da Cruz, e não uma cópia, era de imaginar que não se poderia encontrar prerrogativa melhor. O que o torna, entretanto, mais sublime é o fato de ter como sacerdote o próprio Deus feito homem.

Três coisas, certamente são para considerar no santo Sacrifício: o Sacerdote que oferece. A Vítima oferecida e a Majestade divina, a quem se oferece. Ora, três considerações: o Sacerdote, que oferece, é um Homem-DEUS, JESUS CRISTO: a vítima é a vida de um DEUS; e não se oferece a outrem senão DEUS. Reanimai, portanto, a vossa fé, e reconhecei no padre que celebra, a pessoa adorável de Nosso Senhor JESUS CRISTO. É Ele o principal oferente, não só porque instituiu este santo Sacrifício, e lhe dá, por seus méritos, a eficácia, mas porque se digna, em cada Santa Missa e para nosso benefício mudar o pão e o vinho em seu santíssimo Corpo e preciosíssimo Sangue.



Eis porque a maior excelência da Santa Missa consiste em ter por Sacerdote um DEUS feito Homem. E quando virdes o celebrante no altar, sabei que sua maior dignidade é ser o ministro deste Sacerdote invisível e eterno que é nosso Redentor.

Daí vem que o Sacrifício não deixa de ser agradável a DEUS, ainda que o padre celebrante seja um pecador, visto que o principal oferente é CRISTO Nosso Senhor, e o padre seu simples representante.

Do mesmo modo, aquele que dá esmola pela mão dum servidor, é verdadeiramente o principal autor do benefício, e ainda que o servo fosse um celerado, se o patrão é um justo, a esmola é santa e é meritória.

Bendito seja DEUS que nos deu um Sacerdote infinitamente santo, a própria Santidade, o qual oferece ao PAI Eterno este divino Sacrifício, não só em todo lugar, pois hoje a fé está difundida em toda parte, mas também em todo tempo, todos os dias e mesmo a toda hora, graças a DEUS, o sol se levanta para outras regiões, quando pra nós desaparece. A toda hora, portanto em qualquer parte da Terra, este

Santíssimo Sacerdote oferece seu Corpo, seu Sangue, todo o Ser ao PAI, por nós, e o faz tantas vezes quantas Missas se celebram em todo o Universo.

Que tesouro imenso! Que mina de inestimáveis riquezas possuímos na Igreja de DEUS! Felizes de nós se pudéssemos assistir devotamente a todas as Santas Missas! Que capital de méritos amontoaríamos! Que abundância de graças nesta vida, e que grau de glória na outra nos proporcionará a devota e amorosa assistência a tantas Santas Missas!

Mas que digo? Assistência? Os que assistem a Missa à Santa Missa não fazem apenas o ofício de assistentes, mas também o de celebrantes e pode-se chama-los sacerdotes: Fecisti nos DEO nostro regnun et sacerdotes (Apoc 5,10). O sacerdote que oficia é como o ministro público da Igreja inteira, é o mediador de todos os fiéis, e especialmente daqueles que participam da Santa Missa, junto do Sacerdote invisível que é JESUS. Com CRISTO, ele oferece ao Eterno PAI, em seu Nome e em nome de todos, o resgate precioso da Redenção dos homens. Não está, porém, sozinho nesta santa função. Todos os que assistem a Santa Missa, concorrem com ele no oferecimento do Sacrifício. Assim, voltado para os fiéis, o sacerdote diz: Orate, fratres, ut meum ac vestrum sacrificium acceptabile fiat: “Orai, meus irmãos, para que o meu sacrifício, que é também o vosso, seja agradável a DEUS”.



Estas palavras, que o sacerdote profere, é para nos dar a entender que, conquanto desempenhe ele o papel de ministro principal, todos, que ali assistem, com ele oferecem a grande Vítima. Quando assistis à Santa Missa, fazeis, portanto, de certo modo, o ofício de sacerdote.

Que dizeis agora? Ousaríeis ainda assistir à Santa Missa, sentados, tagarelando, olhando para um e outro lado, e contentando-vos de recitar, bem ou mal, umas preces vocais, sem levar em conta o ofício de tanta responsabilidade que exerceis, o ofício de sacerdote?

Ah! não posso evitar de exclamar aqui: Ó mundo insensato, que nada compreende de tão augustos mistérios. Como é possível permanecer ao pé dos altares com o espírito distraído e o coração dissipado, num momento em que os Anjos e os Santos se absorvem em admiração e temo à vista de tão maravilhosa obra!


TERCEIRA EXCELÊNCIA
A PALAVRA DE UM HOMEM OPERA O SACRIFÍCIO.

Admirai-vos, talvez, de me ouvir dizer que a Missa é uma obra maravilhosa? E não é, com efeito, inefável maravilha o que opera a palavra de um humilde sacerdote? Que língua angélica ou humana poderia explicar poder tão excessivo? Quem, jamais, pode imaginar que a palavra de um homem, que não tem, naturalmente, a força de levantar da terra uma palha, receberia da graça o poder surpreendente de fazer descer do Céu o Filho de DEUS?

Aí está um poder maior que o de transportar montanhas, esgotar o mar e abalar os céus; poder comparável, de certo modo, àquele primeiro Fiat com que DEUS fez surgir do nada todas as coisas, e que pode mesmo parecer sobrepujar, em outro sentido, aquele Fiat pelo qual a Virgem Santíssima atraiu a seu seio o Verbo Divino.

Papa Bento XVI celebrando a Santa Missa

A Virgem Maria nada mais fez que fornecer a matéria do corpo de Cristo dela formado, sem dúvida, isto é, de seu puríssimo sangue, mas não por ela nem por sua operação: enquanto que a voz do sacerdote, sendo instrumento de CRISTO no ato da consagração, O reproduz de um modo novo e admirável, quer dizer, sacramentalmente e isto tantas vezes quantas consagra.

O bem-aventurado João, o Bom, de Mântua, levou um eremita seu companheiro a compreender esta verdade. Este não conseguia persuadir de que a palavra de um padre tivesse o poder de mudar a substância do pão, no Corpo de JESUS CRISTO, e a do vinho em seu Sangue; e, o que é mais deplorável, tinha cedido a essa tentação diabólica. O servo de DEUS percebeu o erro do companheiro, e, conduzindo-o a beira de uma fonte, aí encheu de água uma taça e deu-lhe de beber.

Depois de sorver toda a água, o outro confessou que jamais, em toda a sua vida, provara um vinho tão delicioso. Então João, o Bom, disse-lhe: Não vedes o milagre, meu querido irmão? Se, por meio de um miserável como eu, a água se mudou em vinho pela onipotência divina, quanto mais deveis crer, por meio das palavras do sacerdote, que são palavras de DEUS, o pão e o vinho mudam-se no Corpo e Sangue de JESUS CRISTO? Quem ousaria jamais pôr limites à onipotência de DEUS?”

Bastou isso para dissipar o engano do eremita, que, expulsando de seu espírito toda a dúvida, fez grande penitência por seu pecado. Um pouco de fé, mas de fé viva, e confessaremos que inúmeras são as prodigiosas prerrogativas contidas neste admirável Sacrifício.



Aí veremos, com admiração, renovar-se-á a toda hora este prodígio da sagrada humanidade de JESUS CRISTO presente em milhares e milhares de lugares, e gozando, por assim dizer, de uma sorte de imensidade que não possui nenhum outro corpo, e só a ela reservada em recompensa do sacrifício de sua vida que Ele fez a DEUS Altíssimo.

Um espírito, falando pela boca de uma pessoa, fez com que um judeu incrédulo compreendesse esta verdade, por meio de uma comparação material e grosseira. O homem achava-se numa praça com muitas pessoas, entre as quais a mulher possessa. Nesse momento passou um padre que levava o Santo Viático a um doente. Todos os presentes se ajoelharam e prestaram homenagem ao Santíssimo Sacramento. Só o judeu ficou imóvel e não deu sinal algum de respeito. Vendo isso, a mulher levantou-se furiosa, arrancou-lhe o chapéu e deu-lhe um vigoroso bofetão, dizendo-lhe.

“Desgraçado, porque não te prostras diante do verdadeiro DEUS presente neste Divino Sacramento?” – “Que DEUS?”, replicou o judeu. “Se fosse verdade, a consequência seria haver muitos deuses, pois, ao celebrarem a Santa Missa ele estaria em cada um dos vossos altares”. A estas palavras, o espírito, que habitava naquela mulher, tomou um crivo e opondo-se ao sol, disse ao judeu que olhasse os raios filtrando-se pelos buracos. Em seguida ajuntou: “Dize-me, judeu, há então muitos sóis passando pelas aberturas deste crivo, ou um só?” E, à resposta do judeu de que não havia senão um sol, a mulher replicou.

“Por que te espantas, então, de que DEUS, feito Homem e feito Sacramento, possa ter, por um excesso de amor, uma presença real e verdadeira sobre vários altares, permanecendo, no entanto, uno, indivisível e imutável?” Foi o suficiente para confundir a incredulidade do judeu, que por esse raciocínio se viu constrangido a confessar a verdade de nossa Fé.

Ó santa Fé! Apenas um raio de tua luz, e exclamaremos com fervor: Quem ousaria estabelecer limites à onipotência de DEUS? Nesta grande concepção que tinha do poder de DEUS, Santa Teresa dizia, muitas vezes, que quanto mais sublimes eram os mistérios de nossa fé, e profundos e impenetráveis à nossa inteligência, com tanto mais força e felicidade neles acreditava, sabendo bem que DEUS todo-poderoso pode fazer prodígios infinitamente maiores.

Reanimai, espontaneamente, vossa fé e confessai que este Divino Sacramento é o milagre dos milagres, a maravilha das maravilhas, e que sua maior excelência consiste em ultrapassar nossa pobre inteligência. E tomados de admiração dizei e repeti muitas vezes: Oh! Que grande tesouro! Que imenso tesouro!

Fonte: Livro As excelências da Santa Missa de Leonardo Porto-Maurício - adaptado

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