COMO SERÁ O ANTICRISTO?
Vladimir Soloviev
«No princípio o Anticristo não odiava Jesus. Ele reconhecia o messianismo e a dignidade de Cristo, mas na verdade ele acreditava que Jesus não era nada mais do que seu grande predecessor. A ação moral de Cristo e sua originalidade absoluta escaparam de sua inteligência, obscurecida pelo amor-próprio. "Cristo", pensava ele, "veio antes de mim. Eu venho depois, mas o que se segue no tempo é anterior no plano do ser. Eu sou o último, no final da história, precisamente porque sou o salvador definitivo e perfeito. Cristo foi meu arauto. Sua missão era preparar minha aparição".
Ele também justifica de outro modo o fato de se antepor à Cristo: "Cristo", dizia, " ao ensinar e cumprir o bem moral em sua vida, foi o redentor da humanidade, mas eu devo ser o benfeitor dessa humanidade, da parte redimida e da parte não redimida. Eu darei aos homens tudo o que eles precisam. Como moralista, Cristo dividiu os homens através dos conceitos de bem e de mal, mas eu os unirei por meio de benefícios necessários tanto para os bons como para os maus. Eu serei o verdadeiro representante de Deus, que faz o sol brilhar sobre os maus e os bons, sobre os justos e sobre os injustos. Cristo trouxe uma espada, eu trarei paz. Ele ameaçou a terra com o juízo final, mas eu serei o juiz e meu julgamento não será o julgamento da justiça, mas o da misericórdia"»
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Para citar: Vladimir Soloviev, História do Anticristo, 1900. Publicado no blog "Regozija-te com a Verdade" aos 26 de janeiro de 2019. Tradução de Gabriel Luan P. Mota.
[Post-Scriptum]: Não é difícil notar que já estamos no tempo da iniquidade, e já há muitos “anticristos” entre nós.
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