Muitos protestantes contestam a veneração e intercessão dos santos e o uso de imagens sacras.
AMDG. Primeiramente,
é importante lembrar: Deus nos convida à santidade. E, se nos convida,
certamente não é algo impossível. A vontade dEle é a nossa santificação (cf. 1Ts. 4,3; Ef. 1,4), e com a Sua graça podemos
consegui-la. São Zacarias também afirma isso, no Benedictus (Lc. 1,75), e há
muitíssimas passagens que sustentam isso. Vale ressaltar, também, que, quando a
Igreja diz que devemos ser santos, Ela não quer dizer sem pecado, mas sim que devemos ser alguém
que serve verdadeiramente a Deus, que pratica heroicamente as virtudes (claro,
com a graça de Deus, pois nada podemos fazer sem Ele). Ser santo é ser alguém
que pode dizer, como São Paulo, para os outros o imitarem, pois é imitador de
Cristo (cf. 1Cor. 5,16). É poder afirmar: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo
que vive em mim.” (Gl. 2,20). Não é quem não cai, mas aquele que nunca desiste
de se levantar. E, claro, o Santo por excelência é somente Deus.
Agora, quanto à intercessão. Uma passagem muito usada para
contestá-la é Eclesiastes 9,5-6. Acontece que afirmou Jesus: “Aquele que crê em
Mim viverá, ainda que morra, e quem vive e crê em mim nunca morrerá.” (Jo. 11,24-25). Vale lembrar, também, que é uma
passagem do AT, e os judeus, por não terem a Revelação plena, como nós temos,
criam (e creem) no Hades, como o da mitologia grega: um lugar onde os espíritos
só ficam lá, numa eterna letargia. O cristianismo não crê nisso. Ainda, afirma
o Senhor: “Perguntais por que não leva o filho a iniquidade do pai! É que o
filho praticou a justiça e a equidade e, como
observa e cumpre as minhas leis, também ele
viverá. É o pecador que deve perecer. Nem o filho responderá pelas faltas
do pai nem o pai pelas do filho. É ao justo que se imputará a justiça e ao mau
a sua malícia. Se, no entanto, o mau renuncia a todos os seus erros para
praticar as minhas leis e seguir a justiça e a equidade, então ele viverá decerto, e não há de perecer.” (Ez. 18,19-21). E
São Pedro completa: Por esta razão, o Evangelho foi proclamado mesmo para os
mortos, de modo que, apesar de terem sido julgados em carne e osso como todos
são julgados, vivam em espírito segundo
Deus. (1Pd. 4,6).
Eis alguns exemplos de intercessão (ou de que ela pode
ocorrer):
E o Senhor disse-me: "Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de Mim, Meu coração não se
voltaria para esse povo; tira-os da Minha face e retirem-se." (Jer. 15,1)
Então tomando-lhe a palavra,
disse-lhe Onias: "Eis o amigo de seus irmãos, aquele que reza muito pelo
povo e pela cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus." (II Mac. 15,14)
Deus fazia
milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros
panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos; e afastavam-se
deles as doenças e retiravam-se os espíritos malignos. (At. 19, 11-12).
A Bíblia também nos mostra que os santos estão conscientes
dos acontecimentos terrenos (Lc. 15,17s; 16,27-31; Ap. 6,9ss) e nos dá
evidências de que a comunicação é possível entre Céu e Terra, como no caso da
Transfiguração do Senhor (Mat. 17) e da parábola do rico e de Lázaro (Lc. 16).
Em resumo, a intercessão dos santos é a mesma que ocorre na terra (p. ex.
Moisés intercedendo pelo povo, o Senhor fazendo o milagre em Caná por
intercessão de Sua Mãe, os Apóstolos intercedendo pelo povo com milagres
extraordinários etc.), a diferença é que no Céu, como afirma Orígenes, a
caridade é ainda maior, pois suas almas estão unidas a Deus, contemplando-O. Ou
seja, o autor do milagre é Deus, e Ele é o único capaz disso. Porém, ele é
feito por intercessão dos santos.
Esta é a
crença dos primeiros cristãos [1].
Quanto às esculturas, a Bíblia mostra claramente que a
proibição é a estátuas de ídolos, e
não se estende a tudo. Os anjos e santos são servos de Deus, não ídolos, e Ele
mesmo ordenou a construção de esculturas:
"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás,
nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubim na extremidade de uma
parte, e outro querubim na extremidade de outra parte; de uma só peça com o
propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele." (Ex. 25,18-19)
“E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido quem olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e
pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava
para a serpente de metal e ficava vivo.” (Nm. 21,8-9)
O templo de Deus construído ricamente pelo rei Salomão estava
cheio de imagens de escultura e Deus se manifestou nesse templo e o encheu de
Sua glória. (Ez. 41,17-20; 43,4-6)
Vejamos o que diz o
Catecismo da Igreja Católica [2]:
AS SANTAS IMAGENS
AMDG. Primeiramente,
é importante lembrar: Deus nos convida à santidade. E, se nos convida,
certamente não é algo impossível. A vontade dEle é a nossa santificação (cf. 1Ts. 4,3; Ef. 1,4), e com a Sua graça podemos
consegui-la. São Zacarias também afirma isso, no Benedictus (Lc. 1,75), e há
muitíssimas passagens que sustentam isso. Vale ressaltar, também, que, quando a
Igreja diz que devemos ser santos, Ela não quer dizer sem pecado, mas sim que devemos ser alguém
que serve verdadeiramente a Deus, que pratica heroicamente as virtudes (claro,
com a graça de Deus, pois nada podemos fazer sem Ele). Ser santo é ser alguém
que pode dizer, como São Paulo, para os outros o imitarem, pois é imitador de
Cristo (cf. 1Cor. 5,16). É poder afirmar: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo
que vive em mim.” (Gl. 2,20). Não é quem não cai, mas aquele que nunca desiste
de se levantar. E, claro, o Santo por excelência é somente Deus.
Agora, quanto à intercessão. Uma passagem muito usada para
contestá-la é Eclesiastes 9,5-6. Acontece que afirmou Jesus: “Aquele que crê em
Mim viverá, ainda que morra, e quem vive e crê em mim nunca morrerá.” (Jo. 11,24-25). Vale lembrar, também, que é uma
passagem do AT, e os judeus, por não terem a Revelação plena, como nós temos,
criam (e creem) no Hades, como o da mitologia grega: um lugar onde os espíritos
só ficam lá, numa eterna letargia. O cristianismo não crê nisso. Ainda, afirma
o Senhor: “Perguntais por que não leva o filho a iniquidade do pai! É que o
filho praticou a justiça e a equidade e, como
observa e cumpre as minhas leis, também ele
viverá. É o pecador que deve perecer. Nem o filho responderá pelas faltas
do pai nem o pai pelas do filho. É ao justo que se imputará a justiça e ao mau
a sua malícia. Se, no entanto, o mau renuncia a todos os seus erros para
praticar as minhas leis e seguir a justiça e a equidade, então ele viverá decerto, e não há de perecer.” (Ez. 18,19-21). E
São Pedro completa: Por esta razão, o Evangelho foi proclamado mesmo para os
mortos, de modo que, apesar de terem sido julgados em carne e osso como todos
são julgados, vivam em espírito segundo
Deus. (1Pd. 4,6).
Eis alguns exemplos de intercessão (ou de que ela pode
ocorrer):
E o Senhor disse-me: "Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de Mim, Meu coração não se
voltaria para esse povo; tira-os da Minha face e retirem-se." (Jer. 15,1)
Então tomando-lhe a palavra,
disse-lhe Onias: "Eis o amigo de seus irmãos, aquele que reza muito pelo
povo e pela cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus." (II Mac. 15,14)
Deus fazia
milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros
panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos; e afastavam-se
deles as doenças e retiravam-se os espíritos malignos. (At. 19, 11-12).
A Bíblia também nos mostra que os santos estão conscientes
dos acontecimentos terrenos (Lc. 15,17s; 16,27-31; Ap. 6,9ss) e nos dá
evidências de que a comunicação é possível entre Céu e Terra, como no caso da
Transfiguração do Senhor (Mat. 17) e da parábola do rico e de Lázaro (Lc. 16).
Em resumo, a intercessão dos santos é a mesma que ocorre na terra (p. ex.
Moisés intercedendo pelo povo, o Senhor fazendo o milagre em Caná por
intercessão de Sua Mãe, os Apóstolos intercedendo pelo povo com milagres
extraordinários etc.), a diferença é que no Céu, como afirma Orígenes, a
caridade é ainda maior, pois suas almas estão unidas a Deus, contemplando-O. Ou
seja, o autor do milagre é Deus, e Ele é o único capaz disso. Porém, ele é
feito por intercessão dos santos.
Esta é a
crença dos primeiros cristãos [1].
Quanto às esculturas, a Bíblia mostra claramente que a
proibição é a estátuas de ídolos, e
não se estende a tudo. Os anjos e santos são servos de Deus, não ídolos, e Ele
mesmo ordenou a construção de esculturas:
"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás,
nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubim na extremidade de uma
parte, e outro querubim na extremidade de outra parte; de uma só peça com o
propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele." (Ex. 25,18-19)
“E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido quem olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e
pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava
para a serpente de metal e ficava vivo.” (Nm. 21,8-9)
O templo de Deus construído ricamente pelo rei Salomão estava
cheio de imagens de escultura e Deus se manifestou nesse templo e o encheu de
Sua glória. (Ez. 41,17-20; 43,4-6)
Vejamos o que diz o
Catecismo da Igreja Católica [2]:
1159. A imagem sagrada, o «ícone» litúrgico, representa principalmente Cristo. Não pode representar o Deus
invisível e incompreensível: foi a Encarnação do Filho de Deus que inaugurou
uma nova «economia» das imagens: «Outrora Deus, que não tem nem
corpo nem figura, não podia de modo algum, ser representado por uma imagem. Mas
agora, que Ele se fez ver na carne e viveu no meio dos homens, eu posso fazer
uma imagem daquilo que vi de Deus [...] Contemplamos a glória do Senhor com o
rosto descoberto» (33).
1160. A iconografia cristã transpõe para a imagem a mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite pela palavra. Imagem e palavra esclarecem-se mutuamente: «Para dizer brevemente a nossa profissão de fé, nós conservamos todas as tradições da Igreja, escritas ou não, que nos foram transmitidas intactas. Uma delas é a representação pictórica das imagens, que está de acordo com a pregação da história evangélica, acreditando que, de verdade e não só de modo aparente, o Deus Verbo Se fez homem, o que é tão útil como proveitoso, pois as coisas que mutuamente se esclarecem têm indubitavelmente uma significação recíproca» (34).
1161. Todos os sinais da celebração litúrgica fazem referência a
Cristo: também as imagens sagradas da Mãe de Deus e dos santos. De facto, elas
significam Cristo que nelas é glorificado; manifestam «a nuvem de testemunhas» (Heb 12, 1) que continuam a participar na
salvação do mundo e às quais estamos unidos, sobretudo na celebração
sacramental. Através dos seus ícones, é o homem «à imagem de Deus», finalmente
transfigurado «à sua semelhança» (35), que se revela à nossa fé – como ainda os
anjos, também eles recapitulados em Cristo: «Seguindo a doutrina divinamente
inspirada dos nossos santos Padres e a tradição da Igreja Católica, que nós
sabemos ser a tradição do Espírito Santo que nela habita, definimos com toda a
certeza e cuidado que as veneráveis e santas imagens, bem como as
representações da Cruz preciosa e vivificante, pintadas, representadas em
mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas
igrejas de Deus, sobre as alfaias e vestes sagradas, nos muros e em quadros,
nas casas e nos caminhos: e tanto a imagem de nosso Senhor, Deus e Salvador,
Jesus Cristo, como a de nossa Senhora, a puríssima e santa Mãe de Deus, a dos
santos anjos e de todos os santos e justos» (36).
1162. «A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É
uma festa para os meus olhos, e, tal como o espectáculo do campo, impele o meu
coração a dar glória a Deus» (37). A contemplação dos sagrados ícones, unida à
meditação da Palavra de Deus e ao canto dos hinos litúrgicos, entra na harmonia
dos sinais da celebração, para que o mistério celebrado se imprima na memória
do coração e se exprima depois na vida nova dos fiéis.
33. São João Damasceno, De sacris imaginibus oratio 1, 16: PTS 17, 89 e 92 (PG 94,
1245 e 1248).
34. II Concílio de Niceia (em 787) Terminus: COD p. 135.
35. Cf. Rm 8, 29; 1 Jo 3, 2.
36. II Concílio de Niceia, Definitio de sacris imaginibus: DS 600.
37. São João Damasceno, De sacris imaginibus oratio 1, 47: PTS 17. 151 (PG 94, 1268).
Obs.: São João
Damasceno viveu no séc. VIII, e PG significa Patrologia Grega.
Aliás, este mesmo
santo escreveu uma apologia em defesa do das imagens sacras [3].
Em relação ao tratamento dado aos santos e anjos, vejamos a
diferença entre veneração e adoração. Em sentido
estrito, só se pode adorar a Deus, mas em sentido impróprio, não. Antes, ambos eram chamados de adoração:
adoração dulia (que é em sentido impróprio), posteriormente chamada de
veneração, e a adoração latria (que é em sentido estrito, e só se dirige a
Deus). A Bíblia nos dá testemunho disso em vários trechos:
No mesmo ponto abriu o
Senhor os olhos a Balaão, ele viu o Anjo parado no caminho com a espada
desembainhada, e, prostrado por terra, o adorou. (Núm. 22,31)
Quando Abigail avistou Davi, desceu prontamente do jumento e
prostrou-se com o rosto por terra diante dele. (I Reis 25,23)
Joab, prostrando-se por terra sobre o seu rosto, adorou e
felicitou o rei. (II Reis 14,22)
Inclinando-se Betsabé profundamente, adorou o rei. (III Reis 1,16)
Chegou ela e lançando-se-lhe aos pés [de Eliseu], adorou prostrada
em terra. (IV Reis 4,36s)
E todo o povo bendisse o Senhor Deus; e se prostraram e adoraram a
Deus, e depois ao rei. (I Cro. 29,20)
Se se lê as passagens completas, vê-se que Deus nunca
condenou esse culto dulia (hoje chamado, talvez para não haver confusão, de
veneração). A veneração não é um culto supremo, mas é honrar, mostrar respeito.
Pode-se ler pouco mais sobre isso neste pequeno artigo:
Sugiro, também, a leitura da narração do martírio dum discípulo de
São João Evangelista, São Policarpo de Esmirna:
A obra atesta no, cap. XIII, que
“mesmo antes do martírio, ele já fora constantemente venerado pela sua
santidade de vida”, e no cap. XVIII, a guarda e veneração
das relíquias do mártir: “Desse modo, pudemos mais tarde
recolher seus ossos, mais preciosos do que pedras preciosas e mais valiosos do
que o ouro, para colocá-los em lugar conveniente.”
Indico, ainda, a leitura desta obra de São Jerônimo (séc. V), na qual ele defende a veneração dos santos:
E quanto a se prostrar diante de imagens, prostrar-se não é,
necessariamente, adorar:
Abraão levantou os
olhos e viu três homens de pé diante dele. Levantou-se no mesmo instante da
entrada de sua tenda, veio-lhes ao encontro e prostrou-se por terra. (Gênesis 18,2)
Sirvam-te os povos e
prostrem-se as nações diante de ti! Sê o senhor dos teus irmãos, e curvem-se
diante de ti os filhos de tua mãe! (Gênesis 27,29)
Jacó, levantando os olhos, viu Esaú [...] E ele [Jacó], passando adiante, prostrou-se até a terra sete vezes antes de se aproximar do seu irmão. (Gênesis 33, 1.3)
Desde sua chegada, os
irmãos de José prostraram-se diante dele com o rosto por terra. (Gênesis 42,6)
Judá e seus irmãos
entraram em casa de José, que estava ainda em sua casa, e prostraram-se por
terra diante dele. (Gênesis 44,14)
Moisés saiu ao encontro de seu sogro, prostrou-se e beijou-o.
Informaram-se mutuamente sobre a sua saúde e entraram na tenda. (Êxodo 18,7)
Josué rasgou suas vestes e prostrou-se com a face por
terra até a tarde diante da arca do Senhor, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó as suas
cabeças. (Josué 7,6)
Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e
suplicava-lhe: “Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo!”. (Mateus 18,26)
Então o carcereiro
pediu luz, entrou e lançou-se trêmulo aos pés de Paulo e Silas. (Atos 16,29)
Por fim, recomendo
estes vídeos:
http://padrepauloricardo.org/episodios/culto-aos-santos-e-suas-imagens
Pax.
Referências:
[1] http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/estudos-patristicos/616-pais-da-igreja-e-a-intercessao-dos-santos
[2] http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s1cap2_1135-1209_po.html
[3] http://apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/livros/622-livro-apologia-contra-os-que-condenam-as-imagens-sagradas-sao-joao-damasceno-730-dc
Obs.: São João
Damasceno viveu no séc. VIII, e PG significa Patrologia Grega.
Aliás, este mesmo
santo escreveu uma apologia em defesa do das imagens sacras [3].
Em relação ao tratamento dado aos santos e anjos, vejamos a
diferença entre veneração e adoração. Em sentido
estrito, só se pode adorar a Deus, mas em sentido impróprio, não. Antes, ambos eram chamados de adoração:
adoração dulia (que é em sentido impróprio), posteriormente chamada de
veneração, e a adoração latria (que é em sentido estrito, e só se dirige a
Deus). A Bíblia nos dá testemunho disso em vários trechos:
No mesmo ponto abriu o
Senhor os olhos a Balaão, ele viu o Anjo parado no caminho com a espada
desembainhada, e, prostrado por terra, o adorou. (Núm. 22,31)
Quando Abigail avistou Davi, desceu prontamente do jumento e
prostrou-se com o rosto por terra diante dele. (I Reis 25,23)
Joab, prostrando-se por terra sobre o seu rosto, adorou e
felicitou o rei. (II Reis 14,22)
Inclinando-se Betsabé profundamente, adorou o rei. (III Reis 1,16)
Chegou ela e lançando-se-lhe aos pés [de Eliseu], adorou prostrada
em terra. (IV Reis 4,36s)
E todo o povo bendisse o Senhor Deus; e se prostraram e adoraram a
Deus, e depois ao rei. (I Cro. 29,20)
Se se lê as passagens completas, vê-se que Deus nunca
condenou esse culto dulia (hoje chamado, talvez para não haver confusão, de
veneração). A veneração não é um culto supremo, mas é honrar, mostrar respeito.
Pode-se ler pouco mais sobre isso neste pequeno artigo:
Sugiro, também, a leitura da narração do martírio dum discípulo de
São João Evangelista, São Policarpo de Esmirna:
A obra atesta no, cap. XIII, que
“mesmo antes do martírio, ele já fora constantemente venerado pela sua
santidade de vida”, e no cap. XVIII, a guarda e veneração
das relíquias do mártir: “Desse modo, pudemos mais tarde
recolher seus ossos, mais preciosos do que pedras preciosas e mais valiosos do
que o ouro, para colocá-los em lugar conveniente.”
Indico, ainda, a leitura desta obra de São Jerônimo (séc. V), na qual ele defende a veneração dos santos:
E quanto a se prostrar diante de imagens, prostrar-se não é,
necessariamente, adorar:
Abraão levantou os
olhos e viu três homens de pé diante dele. Levantou-se no mesmo instante da
entrada de sua tenda, veio-lhes ao encontro e prostrou-se por terra. (Gênesis 18,2)
Sirvam-te os povos e
prostrem-se as nações diante de ti! Sê o senhor dos teus irmãos, e curvem-se
diante de ti os filhos de tua mãe! (Gênesis 27,29)
Jacó, levantando os olhos, viu Esaú [...] E ele [Jacó], passando adiante, prostrou-se até a terra sete vezes antes de se aproximar do seu irmão. (Gênesis 33, 1.3)
Desde sua chegada, os
irmãos de José prostraram-se diante dele com o rosto por terra. (Gênesis 42,6)
Judá e seus irmãos
entraram em casa de José, que estava ainda em sua casa, e prostraram-se por
terra diante dele. (Gênesis 44,14)
Moisés saiu ao encontro de seu sogro, prostrou-se e beijou-o.
Informaram-se mutuamente sobre a sua saúde e entraram na tenda. (Êxodo 18,7)
Josué rasgou suas vestes e prostrou-se com a face por
terra até a tarde diante da arca do Senhor, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó as suas
cabeças. (Josué 7,6)
Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: “Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo!”. (Mateus 18,26)
Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: “Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo!”. (Mateus 18,26)
Então o carcereiro
pediu luz, entrou e lançou-se trêmulo aos pés de Paulo e Silas. (Atos 16,29)
Pax.
Referências:
[1] http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/estudos-patristicos/616-pais-da-igreja-e-a-intercessao-dos-santos
[2] http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s1cap2_1135-1209_po.html
[3] http://apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/livros/622-livro-apologia-contra-os-que-condenam-as-imagens-sagradas-sao-joao-damasceno-730-dc
2 comentários:
"A santidade consiste precisamente nisto: em lutar por ser fiéis, durante a vida; e em aceitar alegremente a Vontade de Deus, na hora da morte."
- São Josemaría Escrivá (Forja, 990)
"São santos os que lutam até o fim da vida: os que sempre sabem levantar-se depois de cada tropeço, de cada queda, para prosseguir valentemente o caminho com humildade, com amor, com esperança."
- São Josemaría Escrivá (Forja, 186)
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