Com essa ideia de se olhar para aqueles que estão em uma segunda união “matrimonial” se esqueceu daquele que é o objetivo do Sínodo mesmo, que é a família que passa por uma grande crise. Nos vemos que, além da Igreja, não encontramos outra instituição que esteja lutando para defender a família, ao contrário, ela [a família] é apresentada de forma meio negativa e agora se procura outras uniões, não aquela clássica bíblica com pai e mãe, homem, mulher e filhos.
Assim, temo que as expectativas ficaram um pouco fora do foco, que a primeira ideia do Sínodo deve ser realmente um olhar da Igreja para a família. De que maneira a Igreja pode ajudá-la a viver aquela que é a sua vocação, como dizia o Papa, o Santo Papa São João Paulo II, família, torna-te aquilo que és, aquilo que é próprio da essência da família.
E claro também penso que há essa expectativa de como resolver a situação de quem está em segundas núpcias. Não sei, mas não vejo muita saída fora de uma melhor preparação, penso que essa vai ser uma das conclusões, a melhor preparação de quem se casa. Casar é muito fácil e facilmente as pessoas se casam (...)
O caso de casamentos que não deram certo, talvez o que se poderia fazer seria facilitar os estudos sobre a validade ou não do casamento, e aí talvez nós iremos encontrar muitos casamentos que não se sustentam, em que toda a perspectiva que levaram as pessoas a se casarem já estava falha muitas vezes. Aquela ideia de buscar a si mesmo, na verdade querer ser feliz, não pensar no outro.
Talvez a Igreja vá pensar nisso, porque fora disso não vejo outra perspectiva de resolução, pois afinal [o matrimônio] não é uma instituição da Igreja para que ela possa ter um amplo campo de ação e dizer “vamos para a direita ou vamos para a esquerda”. Tem sempre que olhar para Jesus Cristo, para o Evangelho para ver o que o Evangelho nos diz da palavra de Jesus, o que Jesus espera da família.
Então nesse caso penso que a reflexão sobre a família é muito importante no mundo tão desagregador onde a família pouco se encontra, os filhos muitas vezes começaram a ver só seus direitos e pouco os seus deveres, os pais muitas vezes não tendo consciência da grave responsabilidade de colocar o filho no mundo, penso que tudo isso vai nos obrigar a rever e aprofundar a pastoral da família.